Fonte: https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/viagens-no-tempo/ No cinema, um mago viaja por multiversos incontáveis. No streaming, filmes e séries voltam no tempo para reviver um tempo anterior. Na realidade (realidade?), a história parece se repetir continuamente. Como não podemos abrir um portal e atravessar o tempo, de repente, você se pergunta: é um déjà vu , ou isso está acontecendo? “Feitiço... Continuar Lendo →
Jazz: 10 músicas para começar
Sinatra e Ella Fitgerald, em 1967. Fonte: https://francisalbertsinatra.tumblr.com/ Algumas pessoas gostam de listas. Eu não gosto. Mas, como acredito que a contradição faz parte do humano, resolvi fazer uma. É de jazz. É em homenagem ao Dia internacional do jazz, celebrado na data de 30 de abril. Você não precisa gostar do estilo para ouvir. Afaste... Continuar Lendo →
Nosferatu 100 anos e o infamiliar que em nós habita*
Nosferatu (1922), no Navio da morte, no clássico enquadramento de Murnau. Fonte: https://www.sessaodomedo.com.br Antes de mais nada, é preciso aceitar a tarefa sisifiana de definir, a grosseiríssimo modo, essa palavra-conceito, infamiliar [“Das Unheimliche”], tida coma uma das mais complexas da literatura freudiana. Freud toma de Schelling uma citação que define o infamiliar como “tudo o que deveria permanecer em... Continuar Lendo →
Belém, sonhos de passado, sonhos de futuro
Foto: wikimedia Ir para Belém era uma alegria sem fim. Eu, criança, só tinha a imagem de uma cidade pelo que meu pai contava e ouvia de outras pessoas. Mas quando, pela primeira vez, o barco apontava, longínquo, e podíamos ver as primeiras luzes da cidade, a euforia era incontida. Belém era isso, terra de... Continuar Lendo →
Cinema na Amazônia: Vicente Cecim
Divulgação Vicente Cecim foi um dos artistas que percebiam a possibilidade estética como mais que uma fruição obscena de obviedades. Nas suas produções cinematográficas da década de 1970, Cecim revelaria todo o inconformismo diante do mundo, atitude característica de artistas que, realmente, se queriam – e Cecim o foi; o é – autores. Seu cinema,... Continuar Lendo →
Os bons companheiros, 30 anos
“Quando a polícia siciliana finalmente quebrou a máfia no começo dos anos 90, prenderam alguém – esqueço o nome dele, mas era o segundo no comando – e um repórter italiano perguntou para ele se havia algum filme fiel sobre aquele mundo. E ele disse: ‘Ah, ‘Os bons companheiros’, na cena em que o cara... Continuar Lendo →
Beethoven 250 anos: gênio contra a tirania
Quando “Egmont” e “Fidelio” foram feitas, Beethoven já era, aos seus moldes, um herdeiro do Iluminismo . Repudiava a tirania. Qualquer tirania. Na trajetória de Beethoven, a liberdade, essa dimensão tão cara ao humano, é, em cada compasso, o fim de um déspota. Não se pode esquecer, é verdade, que Beethoven, em seus períodos iniciais em Bonn e,... Continuar Lendo →
Belhell: a vida jogada na Amazônia de Edyr Augusto
Jogada em um canal de água, em uma mata, de dentro de um carro, ou sob a marquise de um prédio. Jogada no dia a dia das relações cotidianas de violência, na futilidade dos barões regionais, ou na mesa de pôquer de um cassino. Tudo em plena Belém do Pará. “O que haverá de ficção... Continuar Lendo →
João Gilberto: o mito
Um crítico, que eu sempre lia, insistia na superioridade de João Gilberto em relação a vários cantores da história. Era por volta dos anos 1990. O CD ainda era, então, uma novidade. Sairia, por essa época, uma coletânea — foi a era das coletâneas -, com mais de 30 músicas, do cantor. O título,... Continuar Lendo →
A Belém “pulp”, de Edyr Augusto
Edyr Augusto é hoje um dos nomes mais proeminentes da literatura contemporânea brasileira. Seus livros, editados a partir da década de 1990, pouco a pouco foram ganhando destaque da crítica e, já se pode dizer, do público leitor. Algumas de suas obras foram traduzidas para o inglês e francês. Desde então, o escritor paraense tornou-se um dos principais artistas que representam a complexa contemporaneidade da urbanidade amazônica, especialmente da capital paraense.
Você já atualizou sua história hoje?
Uma das coisas que nos empurram para a imediatez de nossa vida ciberespacial contemporânea é a necessidade imperiosa de nossa atualização da vida em bytes. É preciso contar nossa história permanentemente; agora ela pode ser feita de todos os tipos de fatos. Um sorvete, torna-se um obelisco; uma planta, jardins suspensos. A timeline comporta de... Continuar Lendo →
Pssica e a Amazônia de Edyr Augusto
Uma coluna da Folha de São Paulo noticiou que o livro do paraense Edyr Augusto, Pssica (2015), virará filme, produzido pela O2 Filmes, de Fernando Meirelles. A realização ocorrerá em Belém, em 2018. É uma grande notícia que traz, finalmente, para a “literatura da Amazônia” (a expressão é de Benedito Nunes) e brasileira, uma nova... Continuar Lendo →
Você pertence a um não lugar
Em uma viagem de trem, passa-se pelo vilarejo europeu e dele sente-se mais o que dele já se imaginava, do que o “significado” do lugar. Em um restaurante, a parede simula uma vista noturna de Nova Iorque. Nas imediações de sua cidade, algum lugar, ou a imagem que dele se faz (talvez uma ilha com... Continuar Lendo →
A imagem sem fim da contemporaneidade
O panorama era um aparato no qual as pessoas olhavam, através de orifícios, imagens que eram projetadas em uma rotunda. Surgiu no final do Século 18 e, após seu advento, vários outros equipamentos se seguiram que tinham por função “iludir” os olhos (trompe-l’oeil) e exibir a fantasia das imagens. Na técnica do panorama, as... Continuar Lendo →